Completamente dependente da mãe, o filhote ganha autonomia dentro de algumas semanas. Este desenvolvimento rápido que ocorre antes do desmame, isto é, enquanto o gatinho ainda é amamentado pela mãe, é específico à espécie felina.
Quando chega ao mundo, cego, surdo e pesa apenas cerca de cem gramas. Incapaz de regular a temperatura corporal até a 3ª semana de vida, ele se aconchega à barriga da mãe para mamar o colostro que, por sua vez, contém inúmeros anticorpos. Depois de alguns dias, quando se alimentar, atividade que lhe tomará um terço de seu tempo durante o primeiro mês de vida, o que receberá da mãe será o leite. Dentro de 7 a 10 dias, o filhote dobra de peso. Dentro de 5 semanas, ele poderá se movimentar e seus sentidos começam a se desenvolver, à medida que divide seu tempo entre brincadeiras e sonecas, quando não está mamando.
Os cincos sentidos
Ao nascer, o olfato do filhote é suficientemente desenvolvido para que ele possa encontrar sua mãe. Além disso, ele também é capaz de diferenciar os três sabores básicos: o doce, o salgado e o azedo, com pouca apreciação pelos dois últimos. Por outro lado, ainda é cego e surdo e adquire esses dois sentidos quase ao mesmo tempo. A audição aparece ao redor do 5° dia de vida, mas não permite com que ele se oriente através do som antes do 14° dia. Ao redor de um mês, é que ele adquire as habilidades de um indivíduo adulto e, então, reconhece a voz da mãe. O filhote abre os olhos entre o 7° e 15° dias depois do nascimento, porém, ainda necessita de 3 ou 4 dias para ganhar a noção de profundidade do campo visual. A adaptação à aquisição simultânea dos sentidos da visão e audição leva alguns dias.
O filhote tem um grande senso de equilíbrio desde os primeiros dias de vida, apesar de ser ainda um pouco desajeitado e, antes da 2ª semana, ainda coordenar os movimentos com certa dificuldade. O gatinho começa a andar nas quatro patas ao redor do 17° dia e se torna hábil para arranhar a orelha com a pata traseira ao redor da 3ª semana. Com 35 dias, ele já consegue arranhar e retrair as garras.
Comportamentos
Há um componente inato ao comportamento de limpeza, de defecar, urinar e alimentação (excluindo o amamentar), mas estes também são ensinados muito rapidamente pela mãe. Já no 15° dia de vida, o filhote consegue lamber a sua perna dianteira. Com 30 dias, ele começa a fazer as primeiras visitas à caixa de areia, arranhando o material. A partir da 3ª semana de vida, ele consegue fazer tudo sozinho na liteira. Já na 4ª semana, o filhote já consegue comer sozinho, imitando o comportamento da mãe e, assim, adquirindo suas preferências alimentares.
O estabelecimento de todos os comportamentos de comunicação específicos aos felinos começa ao redor da 3ª semana e vai até a 7ª ou 8ª semana. As brincadeiras começam ao redor da 3ª semana e consistem em contatos e brincadeiras entre os filhotes, além das interações com a mãe, que possibilita esta socialização intra-específica. O filhote aprende, assim, a parar de arranhar e se interessar por “presas,” insetos ou objetos pequenos. O comportamento predador específico à sua espécie começa a se estabelecer ao final do primeiro mês. A aquisição da socialização com outras espécies amigáveis (homem, cão…) também acontece ao redor da 3ª semana e acaba por volta do 3° mês. O filhote também deve ficar num ambiente rico em estímulos visuais, sonoros e de relação entre opoutros seres. Quando acariciado, pego no colo por alguns minutos ao dia, colocado na presença de crianças ou de outros animais e cercado por vários barulhos, o filhote fica mais equilibrado. Seu comportamento, quando se tornar um adulto, vai depender, em grande parte, da diversidade do ambiente ao qual foi submetido quando filhote.
Fonte: Royal Canin